Diretor: Peter Greenway (The Pillow Book)

Texto por: Eduardo de Melo

Peter Greenaway, renomado cineasta, autor e diretor britânico, nasceu em 5 de abril de 1942. Inicialmente inclinado à pintura, Greenaway incorporou elementos estéticos dessa forma de arte em suas produções cinematográficas, embora tenha abandonado a busca pela carreira de pintor. Sua influência é baseada no Renascimento e no Barroco, com inspiração notável em Godard, marcando assim uma abordagem distintamente contemporânea em seu cinema.

Os traços distintivos em seus filmes transcendem as fronteiras convencionais, centrando-se na composição cênica, na iluminação e nos contrastes entre figurino e nudez, natureza e arquitetura, objetos e pessoas, prazer sexual e morte dolorosa. Esses elementos convergem para criar uma narrativa visual única que se destaca no cenário cinematográfico contemporâneo.

A abordagem de Greenaway estende-se além do cinema, abraçando aspectos das artes plásticas, da literatura e do experimentalismo. Em 2000, apresentou o ambicioso projeto multimídia “The Tulse Luper Suitcases”, composto por três filmes, um site, dois livros, uma exposição itinerante e um longa mais curto que revisita o material dos três primeiros filmes. Além de sua contribuição notável para o cinema, Greenaway é um cineasta, professor e artista multimídia britânico. Sua formação em artes reflete-se na ênfase dada à composição das imagens em seus trabalhos, muitas vezes superando a importância da própria narrativa. Entre suas obras, destacam-se “O Livro de Cabeceira” (1996) e “8 Mulheres e 1/2” (1999).

Os primeiros anos de Greenaway foram dedicados aos estudos no Walthamstow College of Art, onde desenvolveu amizade com Ian Dury, um estudante de música. Esse período culminou na produção de seu primeiro filme, “Death of Sentiment” (1962), um ensaio sobre móveis de jardim de igrejas, filmado em cemitérios londrinos. A extensa filmografia de Greenaway inclui notáveis obras como “The Falls” (1980) e “The Cook, the Thief, His Wife & Her Lover” (1989), premiado em certames internacionais. “Eisenstein in Guanajuato” (2015) foi indicado para o Berlin International Film Festival, enquanto “Drowning by Numbers” (1988) e “The Pillow of Book” (1996) são expressões vívidas de sua visão artística.

Além do reconhecimento cinematográfico, Greenaway estreou na televisão em 1980 com “Act of God”. Sua jornada artística abrange uma variedade de formas de expressão, consolidando-o como uma figura proeminente no cenário cultural contemporâneo.

Entrevista: https://www.fronteiras.com/assista/exibir/o-cinema-e-uma-loteria
Artigo — As Maletas de Peter Greenaway — Processo de Criação em The Tulse Luper Suitcases: https://editora.pucrs.br/anais/apcg/edicao10/Eduardo.Cunha.Bonini.pdf