Diretor: Florian Gallenberger
Texto por: Rita C. Machado
Florian Gallenberger é um diretor, roteirista e produtor de cinema alemão. Nasceu em 23 de fevereiro de 1972 em Munique, que na época fazia parte da Alemanha Ocidental. Aos cinco anos, começou a atuar em filmes para o cinema, produções para a TV e no teatro. Depois de concluir o Gymnasium, Gallenberger estudou filosofia, psicologia e russo. Entre 1992 e 1999, estudou Direção na Universidade de Televisão e Filme de Munique (a Hochschule für Fernsehen und Film München — HFF München), escola que teve alunos famosos, entre eles o cineasta Wim Wenders.
Durante a faculdade, Gallenberger desenvolveu vários projetos, incluindo o documentário “Die Gebrüder Skladanowsky”, em colaboração com Wim Wenders, e curta-metragens. Um deles, “Quiero ser” (falado em espanhol), seu trabalho de conclusão de curso, lhe rendeu, em 2001, o Student Academy Awards, prêmio destinado a alunos de cinema pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, que é a instituição do Oscar. No mesmo ano e pelo mesmo trabalho, ele também recebeu o Oscar de Melhor Curta em Live Action.
Em 2001, Gallenberger participou do filme “Honolulu”, uma antologia com sete episódios, dirigindo um deles. Com esse trabalho, iniciou uma parceria com o ator Daniel Brühl (de “Adeus Lênin”, “Bastardos Inglórios” e “Nada de novo no front”, mas também o Georg Rosen, que trabalha na embaixada alemã em Shangai, no filme “John Rabe”). Em 2004, lançou seu primeiro longa-metragem, “Sombras do Passado”, estrelado por atores indianos e ambientado na Índia. A história romântica, desenvolvida pelo próprio Gallenberger, se estende por seis décadas, começando na Índia pré-independente nos anos 40, e é falada inteiramente no idioma bengali. Ele também contratou um comunicador bengali para um curso intensivo do idioma para os membros não bengaleses da equipe.
Em 2009, escreveu e dirigiu o filme “John Rabe”, uma coprodução chinesa, francesa e alemã, que estreou na 59ª edição do Festival de Berlim e foi indicado para diversos prêmios na Alemanha, inclusive o de melhor direção e melhor filme. Em 2015, Gallenberger lançou “Amor e Revolução”, com Emma Watson e Daniel Brühl. O filme conta a história de Lena e Daniel, um jovem casal que se envolve no golpe militar chileno de 1973. Daniel é sequestrado pela polícia de Pinochet e Lena tenta encontrá-lo. Aqui, nota-se uma das principais características de Florian Gallenberger, que é filmar no exterior: “Quiero ser”, no México, “Sombras do Passado”, na Índia, “John Rabe”, na China, e “Amor e Revolução”, no Chile.
Gallenberger trabalha muito. Em 2018, lançou a comédia “Grüner wird’s nicht, sagte der Gärtner und flog” (tradução literal: Não há nada mais verde do que isso, disse o jardineiro e voou). Em 2020, lançou “O Desertor”, minissérie em duas partes baseada no romance com o mesmo título de Siegfried Lenz, sobre um soldado da Wehrmacht que, em 1944, questiona o propósito da guerra, quem é o verdadeiro inimigo e se deve continuar a lutar pela pátria. Em 2021, lançou a comédia romântica “É apenas uma fase, amor.” (disponível na HBO). Em outubro de 2023, lançou o filme para TV “Tatort: Murot und das Paradies”. Em 2024, lançou “A Perfect Match”, filme sobre o romance entre os ídolos do tênis Steffi Graf e Andre Agassi.
Florian Gallenberger também tem um papel importante na discussão do cinema e na formação de profissionais para a área. Ele foi um dos membros fundadores da Deutsche Filmakademie, em 2003. Em dezembro de 2011, foi nomeado professor honorário da Universidade de Televisão e Cinema de Munique, onde estudou direção. Em 2022, tornou-se presidente da Deutsche Filmakademie, juntamente com a atriz Alexandra Maria Lara.
